ARTESÃO DA LITERATURA

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

EXCLAMAÇÃO GRAMATICAL - por José Juciê


Eu conjugo o verbo na pessoa errada
Eu não sou ninguém, eu não sou nada
Eu procuro o tempo correto
Pra encontrar você.

Não acrescento nenhuma vírgula
Ao que você me diz
Precisamos pôr os pingos nos is
Ou então colocar um ponto final
Ou até mesmo termos um final feliz.

Deixe-me ser o sujeito em suas orações
Ore por mim
Que adjetivarei todos os seus predicados
Perdão pelos meus pecados.



Eu deixo reticências etc e tal
Em dois pontos nós concordamos
Ninguém quer que eu trema
E ser forte é fundamental.

Entre aspas, eu coloco o seu nome
Pois você preencheu um parêntese em minha vida
Que agora está mais acentuada
Sem interrogação e sem ferida.

Assim então tentaremos ser
Substantivamente felizes...


ARTESÃO AMIGO  


JOSÉ JUCIÊ MOREIRA

Nascido no sertão cearense, na cidade de Acopiara, em 1969. Filho de humildes agricultores. 
Desde cedo, sempre teve um olhar poético sobre o mundo. 

Apaixonou-se pela Língua Portuguesa ainda na 6ª série. Nessa fase também já tinha apurado o gosto pela leitura, com predileção pela literatura brasileira, em especial, Érico Veríssimo, José Lins do Rego, Carlos Drummond de Andrade, entre outros.
 Licenciado em Letras pela Universidade Braz Cubas, de Mogi das Cruzes, SP.


quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Um pouco - por Cézar Luiz de Souza


Um pouco de mim mesmo
De nós

De nós restou um encontro e 
alguns dias de rotina exemplar.
Nada mais de fortuito,
de fruto roubado nem conversa de bar.
De nós restou as querelas,
as parcelas daquilo que não vingou
De nós restou um pouco de prosa,
um tanto de poesia
e um vazio sem graça da realidade.

De nós sobrou o sombrio,
o sono, o silêncio,
o respeito educado,
a nobreza do olhar.
De nós sobrou o orgulho,
a decisão quase certa,
o choro encolhido,
o desejo escondido e
a luta para esquecer
o que era sonhar.


                   ARTESÃO AMIGO:

CÉZAR LUIZ DE SOUZA

Quem sou eu
Quando nasci, um anjo debochado disse: 
Vai, Cezar! Ser funny na vida.
E a vida foi acontecendo. 
O canceriano se tornou professor, 
o professor foi se acostumando 
com as letras e tetras da educação. 
E quis brincar de gestor, de marido, 
de poeta, de educador...
E a vida continua acontecendo 
neste mundo, vasto mundo...

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