ARTESÃO DA LITERATURA

terça-feira, 14 de agosto de 2018

PIZZA - TIAGO VALENTE


A chave que abre a gaveta onde o pizzaiolo esconde sua famosa receita é a mesma que abre a despensa, onde os ingredientes são armazenados com
cuidado.  Os clientes chegam cedo e,enquanto as pizzas não são servidas, observam os prêmios e os reconhecimentos
recebidos naquele restaurante, ostentados em quadros dourados pela parede.  O pizzaiolo acerta o tempero do molho e certifica-se de que há queijo
suficiente para toda a noite.  Ele gira a chave e adentra o ambiente climatizado, que evita que os ingredientes frescos se estraguem. No canto direito, os olhos do
homem encolhido se escondem por trás das lágrimas acumuladas. A boca aflita tenta emitir um grito de desespero pelo pano apertado
que cobre seus lábios.  O cutelo que corta seu pescoço é o mesmo que separa as melhores partes da carne.  Após alguns
minutos, o pizzaiolo espia o salão de seu restaurante, observando com prazer o
olhar satisfeito dos clientes que lambem os dedos,
saboreando a pizza de carne eleita a melhor da cidade.


 ARTESÃO AMIGO 

TIAGO VALENTE


Tiago Valente é ator, graduando em Letras pela UNIFESP, e um dos autores da antologia “O Parque” (Editora Jogo da Palavras, 2018). 
Tem muitos sonhos, muito talento e sete gatos! 
O microconto “PIZZA” foi finalista do concurso #MicroChave, do Sweek Brasil.

POESIA REVOLUCIONARIAMENTE SEM TÍTULO DE MARIA JOSÉ



Um mundo fervilhando à polvorosa
Das ideologias se afloram paixões
Das paixões emergem as revoltas
Enquanto pergunto aos meus botões
Qual o papel dos poetas
na revolução?
Os poetas não sabem fazer política
Poetas até que são bom em mentir
Mas suas mentiras são muito sinceras
Poetas não sabem empunhar armas
Qual o papel dos poetas
na revolução?
Os poetas até gostam de ler livros
E formular e construir novas idéias
Mas eles não podem ser os teóricos
Pois são loucos, caem em devaneios
Qual o papel dos poetas
na revolução?



Um mundo fervilhando à polvorosa
Das ideologias se afloram paixões
Das paixões emergem as revoltas
Enquanto pergunto aos meus botões
Qual o papel dos poetas
na revolução?
Os poetas não sabem fazer política
Poetas até que são bom em mentir
Mas suas mentiras são muito sinceras
Antonio Cavalcante Filho
Poetas não sabem empunhar armas
Qual o papel dos poetas
na revolução?
Os poetas até gostam de ler livros
E formular e construir novas idéias
Mas eles não podem ser os teóricos
Pois são loucos, caem em devaneios
Qual o papel dos poetas
na revolução?
Mas não há revolução sem os poetas
Antonio Miranda


Ernesto Cardenal
Mas não há incentivo sem os cânticos
Tampouco há vitória sem comemoração
Quando os brios estiverem a flor da pele
O papel dos poetas
é fazer poesia!

Mas não há revolução sem os poetas
Mas não há incentivo sem os cânticos
Tampouco há vitória sem comemoração
Quando os brios estiverem a flor da pele
O papel dos poetas
é fazer poesia!

ARTESÃO AMIGO      MARIA JOSÉ


Eu sempre me divirto quando perguntam quem sou eu. Minha resposta resposta é: poesia!

Eu sou Maria e sou José
Sem país nem sobrenome
Sou homem e sou mulher
Sou mulher e sou homem
Eu sou Maria e sou José
Sou José mas sou Maria
Gosto de chá e de café
Escrevo prosa e poesia
Eu sou Maria José poetiza
mãe filha espírita santa amém
Eu sou um sonho que realiza
Eu sou todos, eu sou ninguém

domingo, 12 de agosto de 2018

CAMINHANDO COM MEUS PAIS - José Juciê

CAMINHAN

Erica Brandt - Meu pai, meu amigo


Caminhando com meu pai
De mão dada com minha mãe
Caminhando com meus pés
E segurando suas mãos.

Caminhando com meus pés
Amparado por minha mãe
Caminhando com meu pai
E guiado por sua mão

Caminhando com meu pai
Caminhando com minha mãe
Vou seguindo os seus pés
E unindo nossas mãos


ARTESÃO AMIGO   JOSÉ JUCIÊ MOREIRA


Nascido no sertão cearense, na cidade de Acopiara, em 1969. Filho de humildes agricultores. 
Desde cedo, sempre teve um olhar poético sobre o mundo. 
Apaixonou-se pela Língua Portuguesa ainda na 6ª série. Nessa fase também já tinha apurado o gosto pela leitura, com predileção pela literatura brasileira, em especial, Érico Veríssimo, José Lins do Rego, Carlos Drummond de Andrade, entre outros.
 Licenciado em Letras pela Universidade Braz Cubas, de Mogi das Cruzes, SP.

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

VIDA DE POETA


Tudo que o poeta quiser
Pode ser verdade
Pode ver o mar da lua
Pode deixar a Terra nua
Para encontrar a felicidade.

Tudo que o poeta disser
Pode ser fantasia
Pode viajar para o Sol
Pode pescar sem anzol
E viver só alegrias.

Tudo que o poeta trouxer
para o seu mundo real
Pode ser bem mais pesado
Do que está acostumado
Um ser humano "normal".

Tudo que o poeta fizer
Pode virar mania
Pode vender livros velhos
Pode só dar conselhos
E vivê-los no dia a dia.

Tudo que o poeta tiver
O povo pode querer
Pode sonhar acordado
Pode ter alguém amado
Pode tudo acontecer.

Tudo que o poeta puder
Nem todos que querem, podem
Não podem se iludir
E o tempo que estão aqui
Aos outros não incomodem.

Tudo que o poeta me der
Com prazer eu vou guardar
Seus livros de poesias
Receitas de alegrias
Conselhos para sonhar.  

                                  

ARTESÃO AMIGO   JOSÉ JUCIÊ MOREIRA


Nascido no sertão cearense, na cidade de Acopiara, em 1969. Filho de humildes agricultores. 
Desde cedo, sempre teve um olhar poético sobre o mundo. 
Apaixonou-se pela Língua Portuguesa ainda na 6ª série. Nessa fase também já tinha apurado o gosto pela leitura, com predileção pela literatura brasileira, em especial, Érico Veríssimo, José Lins do Rego, Carlos Drummond de Andrade, entre outros.
 Licenciado em Letras pela Universidade Braz Cubas, de Mogi das Cruzes, SP.