ARTESÃO DA LITERATURA

segunda-feira, 6 de julho de 2015





  Hoje faz vinte e dois anos que escrevi este poema em homenagem à minha perpétua Musa NELLY ASSIS. 
Não é comum a um autor guardar por tanto tempo na sua mente e no seu coração, algo que criou para alguém e torná-lo público, mostrando à pessoa homenageada também, depois de tantos anos, pois nem de leve ela conheceu esse fragmento! Mas sucede que a Musa é um ente, quer seja material ou não, que transita na existência do poeta, livre de quaisquer amarras e desimpedida de limites, dele se apoderando para sempre e lhe fazendo companhia na sua jornada, para onde quer que ele vá! Abraços eternos para você, NELLY ASSIS, por tudo que representa para mim e para todos que a conhecem! 

   O JARDIM DA MUSA (03/07/1993)
        Poema para NELLY ASSIS


E os trevos se entreolham no seu enlevado delírio
Como as violetas a refletirem a luz dos olhos dela
Nas profundezas da esperança de amar sem martírio
A flora toda se aquieta quando a Musa abre a janela


As avencas se entrelaçam em pranto vão e renitente
Para espanto incomum do amor outrora tão perfeito
Deitam ao vento sua ternura como se fossem a gente
Sem o consolo do bom cravo a lhes perfumar o peito

E para o sutil desprezo da pálida margarida deflorada


Diz de soslaio a hortência que a Musa é sempre assim
Diante do olhar marejado da rubra rosa despetalada
A bela cerra a janela com suas mãozinhas de cetim

A esperar que ela nua se entregue num melhor ensejo
Mal sabem elas que no quarto está a alma da amada
Aprisionada no vaso frágil da embriaguez do seu desejo
Que bebe os doces aromas da sua boca jamais beijada



O ARTESÃO DESTE TEXTO:






Nasceu aos 21 de abril de 1958 na Capital de São Paulo. Durante algum tempo de sua infância morou no sítio de sua família, no sul de Minas Gerais, com seu pai e seu avô que liam bastante, e acabaram dando a ele o bom gosto da literatura. Alguns anos mais tarde, habituado às constantes consultas a enciclopédias e ao diário conhecimento de clássicos  brasileiros, foi se interessando pela História do Brasil e pela beleza da escrita dos nossos maiores mestres, resolvendo assim, arriscar-se a escrever crônicas  e poemas. Observou em breve tempo as imensas dificuldades da arte, não apenas em nosso país, como em toda a parte, mas mesmo assim prosseguiu sua jornada de letras, sonhos e realizações pessoais, em função da fé em suas verdades. 




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