ARTESÃO DA LITERATURA

quarta-feira, 24 de junho de 2015

CABOQUINHO SACUDIDO

Caboquinho sacudido

Era o Zé trabaiadô
Ca inxada distimido
Capinava fruta e frô

Foto: Malinche
Cumia os pexe do rio
Bibia as pinga da venda
Gimia di noiti di frio
Vivia sem bera sem renda

Sozinho no meio do mato
Sonhava avuá de avião
Que ia no ar tão pesado
Com seu cigarrinho na mão

Pra onde será que ele ia
Tão cinza e tão longe no céu?
Tarveis pra Goiás pras Bahia
Um anjo com asa e sem véu!

E Deus vendo o Zé tão tristinho
Prantado no chão pelos pé
Abriu no espaço um caminho
Prum vôo nas gaza da fé

As semente viraro em pranta
As verdura da horta vingô
Quem passa na roça se espanta

Com o sonho que o Zé curtivô




O ARTESÃO DESTE TEXTO:
ROBERTO DE LACERDA 


Nasceu aos 21 de abril de 1958 na Capital de São Paulo. Durante algum tempo de sua infância morou no sítio de sua família, no sul de Minas Gerais, com seu pai e seu avô que liam bastante, e acabaram dando a ele o bom gosto da literatura. Alguns anos mais tarde, habituado às constantes consultas a enciclopédias e ao diário conhecimento de clássicos  brasileiros, foi se interessando pela História do Brasil e pela beleza da escrita dos nossos maiores mestres, resolvendo assim, arriscar-se a escrever crônicas  e poemas. Observou em breve tempo as imensas dificuldades da arte, não apenas em nosso país, como em toda a parte, mas mesmo assim prosseguiu sua jornada de letras, sonhos e realizações pessoais, em função da fé em suas verdades. 


3 comentários:

  1. Infelizmente, não dão valor às pessoas que, por merecimento, deveriam ser reconhecidas, através de seus feitos, obras, artes e vivência; aqui só faz sucesso, quem não tem a menor competência e se agarra à falta de inteligência dos "deslumbrados" da midia, que no seu despreparo, coloca coisas sem a menor relevância, no "estrelismo" da mediocridade.

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  2. Infelizmente, não dão valor às pessoas que, por merecimento, deveriam ser reconhecidas, através de seus feitos, obras, artes e vivência; aqui só faz sucesso, quem não tem a menor competência e se agarra à falta de inteligência dos "deslumbrados" da midia, que no seu despreparo, coloca coisas sem a menor relevância, no "estrelismo" da mediocridade.

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  3. Este espaço, Teresa, é a minha forma de contribuir para a divulgação dos artistas que conheço e admiro. o Roberto é um baita escritor, mas, como você disse, não tem espaço na "Grande Mídia" que venera algumas coisas boas e muita coisa medíocre. Obrigado pelo comentário! Se puder, divulgue-nos!
    Dourovale!

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